EM ANIMAIS FERIDOS, LIVRO DE POESIA PUBLICADO EM 2016, O POETA PORTUGUÊS ANTÓNIO CARLOS CORTEZ NOS APRESENTA SUJEITOS COMUNS, COM PROBLEMAS E CONFLITOS QUE FAZEM PARTE DO CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO ATUAL. ACREDITAMOS QUE ESTA RELAÇÃO MAIS ESTREITA DA POESIA DE CORTEZ COM A ESPECIFICIDADE DE SEU TEMPO JUSTIFIQUE UMA ABORDAGEM DO REFERIDO LIVRO A PARTIR DO CONCEITO DE FLÂNEUR. NOS POEMAS “APOCALIPSE”, “ARMAS DE CAÇA” E “DISCOTECAS”, O EU LÍRICO É UM INDIVÍDUO COMUM DESTE TEMPO QUE É O NOSSO, COM ANSEIOS, INCERTEZAS E CONFLITOS RESULTANTES DAS MÚLTIPLAS TENSÕES DA MODERNIDADE. NESTE TRABALHO, APRESENTAREMOS ANÁLISES NO QUE CONCERNE A SUBJETIVIDADE DO SUJEITO E A SUA RELAÇÃO COM O ESPAÇO URBANO NAS REFLEXÕES DO EU LÍRICO CONSTRUÍDO PELO POETA. COM ISSO, PRETENDEMOS RESPONDER À SEGUINTE QUESTÃO: COMO O AUTOR ESTABELECE OS ESTÍMULOS E AS REFLEXÕES DO EU LÍRICO DO SUJEITO CONTEMPORÂNEO E ASSIM PRODUZ UM CONFLITO ANÁLOGO AO DO SUJEITO MODERNO? PARA TANTO, PARTIREMOS DOS ESTUDOS DE WALTER BENJAMIN (2006) SOBRE AS INFLUÊNCIAS E AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO SOCIAL ADVINDOS DO PROGRESSO NO SÉCULO XIX E AS CONSIDERAÇÕES DE ROSA MARIA MARTELO (2004), A RESPEITO DE UM NOVO POSICIONAMENTO DO FLÂNEUR E A DES-FIGURAÇÃO IDENTITÁRIA DO SUJEITO NA POESIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA.