O papel da escola, junto com a família e a sociedade, é de extrema importância no processo de formação do indivíduo, para além da construção dos conhecimentos acadêmicos, também é responsável pelo desenvolvimento moral e afetivo, resultando na construção de valores que permeiam a identidade do estudante e guiam suas interações com os outros e consigo mesmo. Por essa razão é importante que a escola olhe para suas ações pedagógicas e seu clima escolar, afinal uma escola que propague um ambiente hostil, onde educadores e funcionários reforcem preconceitos de gênero, orientação sexual, etnia e outras formas de discriminação presentes na sociedade, exerce influência direta no desenvolvimento dos estudantes. É imperativo, portanto, conceber estratégias para combater o preconceito no ambiente escolar. Adotando uma perspectiva inspirada por Paulo Freire (1968), compreende-se que os estudantes já trazem consigo preconceitos enraizados a partir de suas experiências fora da escola. Diante disso, o processo educacional deve se desdobrar em um espaço de desconstrução desses preconceitos, rompendo o ciclo de violência. Isso pode ser alcançado por meio de um currículo que promova o pensamento crítico e reflexivo, em que as práticas escolares tenham o cuidado de estarem fundamentadas em valores morais e éticos, propiciando uma convivência respeitosa.