Neste relato de experiência, será abordado o conceito de lugar como significante afetivo, a partir de narrativas pessoais geradas no âmbito do projeto "Arte-educação" da Faculdade SESI de Educação. Este projeto tem como objetivo envolver estudantes da educação básica em atividades de artes cênicas. Nosso enfoque recai sobre o teatro como um ambiente de pertencimento, reconhecendo-o como um espaço inventivo, criativo e revelador das relações humanas. Importa ressaltar que a docente, igualmente em processo de formação, desempenha um papel significativo neste contexto. Em termos teóricos, fundamentamos nossa abordagem em autores como Paulo Freire, Augusto Boal, Jacques Rancière e Yi-Fu Tuan. Através deles, construímos uma metodologia que visa proporcionar aos estudantes uma experiência estética-reflexiva emancipatória, utilizando técnicas teatrais para estimular a expressão de narrativas pessoais de maneira crítica. O diálogo entre a práxis dialógica de Freire e os princípios do Teatro do Oprimido é fundamental para a promoção da reflexão-ação e a transformação das narrativas individuais dos participantes. Revendo os registros das atividades, reforçamos a característica de espaço afetivo nos processos formativos, nos quais os envolvidos se tornam agentes ativos de mudança social. Eles adquirem ferramentas das linguagens cênicas que enriquecem a experiência, a sensibilidade e a prática educacional. Desse modo, este trabalho destaca a importância do teatro como um ambiente de pertencimento e expressão, onde os participantes são capacitados a compartilhar narrativas pessoais significativas, alinhadas a uma abordagem pedagógica crítica e emancipatória.