A chegada da pandemia da covid-19 trouxe desafios significativos e aumentou as desigualdades sociais, afetando especialmente os jovens de baixa renda em relação aos seus projetos de vida. Este artigo é um recorte de um estudo mais amplo que faz parte de uma tese de doutorado em andamento, e tem como objetivo compreender quais representações sociais de projetos de vida são construídas pelos jovens aprendizes em inserção profissional no contexto pandêmico. Participaram da pesquisa 20 jovens aprendizes entre 14 e 22 anos, estes jovens residem na periferia do Rio de Janeiro, cursam ou cursaram o ensino médio, participam do Programa Jovem Aprendiz, visando conseguir uma oportunidade para ingressar no mundo do trabalho e obter independência financeira. A Teoria das Representações Sociais de Moscovici serviu como aporte teórico-metodológico desta pesquisa que adotou uma abordagem qualitativa, utilizando os grupos focais como instrumento para debater as influências da família e da escola no percurso profissional e os impactos nos projetos de vida. Para o tratamento de dados, empregou-se o software IRaMuTeQ, e para as análises dos resultados, aplicou-se a Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados indicaram que as representações sociais dos projetos de vida dos jovens aprendizes estão ancoradas na família e na escola, no receio de amadurecer, alcançar objetivos e na tomada de decisões.